O que é a Expiação de Jesus Cristo? | Papo de Fé
Talvez “O que é a Expiação de Jesus Cristo?” seja uma pergunta que é feita com uma certa frequência aos membros da Igreja. Talvez seja a palavra “expiar” que traga um tom um pouco misterioso para o tema. A resposta para essa pergunta não é nenhum mistério, mas podemos concordar que a Expiação é o maior acontecimento da humanidade.
Sempre gosto de começar a explicar sobre a Expiação partindo da Queda de Adão e Eva. Já que comer do fruto proibido, fizeram deles mortais e também os afastaram da presença de Deus. É por causa da Queda que a Expiação se tornou necessária. Para fazer com que fosse possível consertar a morte física e também consertar esse afastamento da presença de Deus.
Mas ao pensar bem em tudo que a Expiação representa, lembrei de um exemplo que explica exatamente sobre o que é a Expiação. Esse exemplo está no livro Princípios do Evangelho e é assim:
“Era uma vez um homem que desejava muito certa coisa. Parecia ser para ele mais importante do que qualquer outra coisa na vida. A fim de satisfazer seu desejo, contraiu uma grande dívida.
Ele fora prevenido quanto a contrair uma dívida tão grande e, particularmente, quanto ao credor. Entretanto, para ele, parecia ser muito importante fazer o que desejava e ter o que queria imediatamente. Tinha certeza de que poderia pagar mais tarde.
Por isso, assinou um contrato. Os pagamentos seriam feitos de alguma forma, no futuro. Isso, porém, não o preocupava, pois parecia haver muito tempo pela frente. Conseguiu naquele momento o que desejava, e isso era o que importava.
O homem, porém, tinha sempre em mente o credor e fez-lhe alguns pagamentos esporádicos, pensando de certa forma que o dia do acerto de contas nunca chegaria.
Mas, como sempre acontece, o dia chegou, e o contrato venceu. A dívida não havia sido completamente paga. O credor veio e exigiu o pagamento completo.
Foi somente então que ele entendeu que o credor tinha não apenas o poder para tomar tudo o que possuía como também de pô-lo na prisão.
‘Não posso pagar… não tenho como pagar’, confessou ele.
‘Então’, disse o credor, ‘executaremos o contrato, tomaremos suas propriedades e você irá para a prisão. Você concordou com os termos. Foi sua escolha. Você assinou o contrato e ele agora será executado’.
‘Você não poderia aumentar o prazo ou perdoar a dívida?’ Suplicou o devedor. ‘Ache um modo de eu conservar o que possuo e de não ir para a cadeia. Você acredita em misericórdia, não é? Tenha misericórdia de mim!’
O credor respondeu: ‘A misericórdia é sempre unilateral. No caso, serviria apenas a você. Se eu for misericordioso, ficarei sem pagamento. O que eu quero é justiça. Você acredita em justiça?’
‘Acreditava na justiça quando assinei o contrato’ disse o devedor. ‘Ela estava do meu lado, então, pois eu pensava que me protegeria. Não precisava de misericórdia naquela época e nem pensava que viria a precisar. A justiça, eu pensei, serviria igualmente a nós dois.’
‘É a justiça que exige que você pague o contrato ou sofra a penalidade’ disse o credor. ‘Essa é a lei. Você concordou com ela e é assim que deve ser. A misericórdia não pode roubar a justiça.’
E assim ficaram eles. Um exigindo justiça, e o outro suplicando misericórdia. Se um deles prevalecesse, seria à custa do outro.
‘Se você não perdoar a dívida, não haverá misericórdia’ suplicava o devedor.
‘Se eu perdoar, não haverá justiça’, foi a resposta.
As duas leis, aparentemente, não podiam ser obedecidas ao mesmo tempo. São dois ideais eternos que parecem contradizer-se. Não haverá meio de se satisfazerem totalmente a justiça e a misericórdia?
Sim, há um meio! A lei da justiça pode ser totalmente satisfeita, e a misericórdia pode ser plenamente concedida — mas há necessidade de outra pessoa, e foi isso o que aconteceu.
O devedor tinha um amigo que veio em seu auxílio. Ele conhecia bem o devedor e sabia que era imprudente. Achou que o amigo havia sido tolo por ter contraído tal dívida. Não obstante, queria ajudar, porque o amava. Ele se colocou entre os dois homens, olhou para o credor e fez sua oferta.
‘Pagarei a dívida, se você liberar o devedor do contrato, para que mantenha suas posses e não vá para a prisão.’
Enquanto o credor considerava a oferta, o mediador acrescentou: ‘Você exigiu justiça. Embora ele não possa pagar-lhe, eu o farei. Você receberá a justa reparação e não terá mais nada a reclamar, pois não seria justo’.
E assim, o credor concordou.
O mediador voltou-se então para o devedor. ‘Se eu pagar sua dívida, você me aceitará como seu credor?’
‘Oh, sim, sim’ exclamou o devedor. ‘Você me salvou da prisão e teve misericórdia de mim.’
‘Então’, disse o benfeitor, ‘você pagará a dívida para mim, e eu estabelecerei as condições. Elas não serão fáceis, mas serão possíveis. Encontrarei um meio de tornar o pagamento possível e você não precisará ir para a cadeia.’
E assim o credor foi totalmente pago, tudo se fez com justiça e o contrato não foi quebrado.
Ao devedor, por sua vez, foi concedida a misericórdia. As duas leis se cumpriram. Graças à intervenção de um mediador, a justiça foi feita com exatidão, e a misericórdia foi plenamente satisfeita”. (Conference Report, abril de 1977, pp. 79–80; ou Ensign, maio 1977, pp. 54–55; ver A Liahona, outubro de 1977, pp. 54–55).
Nossos pecados são nossa dívida espiritual. Sem Jesus Cristo, que é nosso Salvador e Mediador, todos pagaríamos por nossos pecados e sofreríamos a morte espiritual; mas graças a Ele, se respeitarmos Suas condições, que são arrependimento e a obediência aos mandamentos, poderemos voltar a viver com o Pai Celestial.”
Sinto que essa história que foi contada pelo Presidente Boyd K. Packer é perfeita para explicar o que o Salvador fez por nós por meio de Sua Expiação infinita. Sem esse sacrifício, ficaríamos presos para sempre e nunca teríamos a oportunidade de voltar a viver com Deus.
A Expiação também trouxe outra coisa para a vida de todas as pessoas do mundo. Algo que é igualmente importante à sua característica de promover a nossa salvação. A Expiação de Jesus Cristo permitiu que o Salvador entendesse nossas dores, aflições, tristezas, pesares e todo o tipo de sentimento que nos faça sofrer nesta Terra.
Na conferência de outubro de 2015, o Presidente Dallin H. Oaks disse:
“Nosso Salvador experimentou e sofreu a plenitude de todas as provações mortais “segundo a carne” para que pudesse saber “segundo a carne” como “socorrer [que significa aliviar ou auxiliar] seu povo, de acordo com suas enfermidades”. Portanto, Ele conhece nossas dificuldades, nossas tentações, nossos contratempos e nosso sofrimento, pois voluntariamente experimentou-os todos como parte fundamental de Sua Expiação. E, por esse motivo, Sua Expiação dá-Lhe o poder de socorrer-nos — de dar-nos as forças para suportar tudo isso.”
A Expiação de Cristo nos ajuda a passar pela mortalidade, nos fortalece e nos ajuda a nos prepararmos para voltarmos à presença de nosso Pai Celestial. Então podemos sempre lembrar que nunca estamos sozinhos para encarar um problema, uma perda, uma doença grave, um divórcio ou mesmo as consequências de decisões erradas.
Jesus Cristo sempre estará conosco, pois graças à Expiação podemos receber Sua ajuda divina e misericórdia.
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