Élder Rasband ensina sobre a paz que advém de uma perspectiva eterna
Este artigo é uma adaptação do livro “Be Not Troubled” escrito pelo Élder Ronald A. Rasband.
Em nossos desafios e provações, temos um vislumbre do Getsêmani. No jardim e nos dias que se seguiram, o Salvador lutou contra nossos desafios, tomando sobre si todas as nossas dores e superando todas.
Seu sacrifício abnegado foi por cada um de nós, para que pudéssemos considerá-Lo nosso Exemplo, Salvador e Redentor.
Quando recorremos à Expiação, passamos a valorizar a força de Cristo à luz de nossa fraqueza. Sentimos uma medida de paz, esperamos ser dignos de estar na presença do pai.
No Grande Conselho dos Céus, escolhemos aceitar o plano de nosso Pai. Decisão essa que tomamos através do arbítrio – a liberdade de escolha.
Leí ensinou a seu filho Jacó: “Porque é necessário que haja uma oposição em todas as coisas” (2 Néfi 2:11). Somos “livres para escolher a liberdade e a vida eterna… ou para escolher o cativeiro e a morte” (v.27).
Nosso bem-estar eterno depende de vivermos as leis de Deus. Seus mandamentos são fixos; eles não mudam, exceto quando dirigidos por revelação.
Escolhemos vir à Terra e receber um corpo. Comprometemo-nos a viver os mandamentos para sermos dignos da vida eterna, a maior de todas as bênçãos de Deus.
No centro do plano de nosso Pai estava a missão de Jesus Cristo e Sua Expiação, o que torna possível que nos arrependamos, que tenhamos um caminho.
Quando tudo ao nosso redor está em comoção, o Senhor aconselha: “Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus” (Salmo 46:10).
Aquietar-se é confiar que Ele tem o poder de vencer não apenas nossos erros, mas também a dor que sentimos.
O próprio nome de Jesus Cristo fala de salvação para toda a humanidade. Ele é o “Filho do Deus Altíssimo” (1 Néfi 11:6), nosso “Redentor, o Santo de Israel” (1 Néfi 20:17), o “Salvador do mundo” (João 4:42).
No entanto, Seu trabalho e Seu ministério nunca foram sobre Ele. Ele apenas buscou “levar a efeito a imortalidade e vida eterna do homem” (Moisés 1:39). Ou seja, você e eu.
Satanás, por outro lado, apresentou seu próprio plano que nos obrigaria a viver de acordo com suas regras. Sua intenção era que orbitássemos em torno dele para sua glória.
Todos os que já viveram ou ainda viverão nesta Terra optaram por não segui-lo. Satanás já perdeu mais do que nós. Ele não tem um corpo; ele nunca progredirá além de onde está hoje; ele nunca poderá ser exaltado.
Mesmo assim, ele continua a lutar a guerra que travou no céu, porque ele quer mais do que tem. Ele quer que nos juntemos a ele em sua miséria.
Por desígnio divino, podemos tornar-nos semelhantes ao Pai Celestial e receber tudo o que Ele possui (ver D&C 132: 19–20).
Essa promessa é importante em dias onde as coisas não vão bem e nos perguntamos: “É isso?” Bem, não é.
Esta é a mortalidade, um estágio de progressão que garante aos que são justos a exaltação no reino de Deus. Para sempre.
Vocês provavelmente sentem que o ‘para sempre’ é muito abstrato, muito distante. Vocês podem achar que não conseguem nem mesmo lidar com o dia de hoje e que também podem estar carregando os erros do passado.
Talvez estudantes digam: “Élder Rasband, deixe eu contar sobre este monstro de classe que tenho, e as exigências de laboratório, e também minha namorada acabou de me deixar, e não consigo descobrir no que sou bom, e não tem uma especialização”.
Pais lamentem que seus filhos estejam rolando no chão e se beliscando, em vez de ouvirem silenciosamente as lições do Vem, E Segue-Me no domingo de manhã.
Avós podem achar que é mais difícil suportar o silêncio do que crianças entrando e saindo correndo pela porta dos fundos com o cachorro.
E aqueles que estão em asilos podem enfrentar a solidão e o tédio. Os que estão sobrecarregados com o estado de suas vidas e a depressão que os consome podem pensar em suicídio. E por aí vai. Quem está pensando na eternidade?
Bem, irmãos e irmãs, vocês têm o arbítrio para olhar além dessas perspectivas. Vocês têm a capacidade de se tornar deuses e deusas em um reino que não conhece tristeza e derrota, onde não se sente dor e rejeição, que promete luz, bondade e paz eternas.
Vocês são “os filhos da luz” (1 Tessalonicenses 5:5) e nunca devem permitir que as trevas do hoje atrapalhem o seu desejo de estar com Deus e tornar-se como Ele.
Com tal retidão vem a alegria. O presidente Russell M. Nelson disse:
“A alegria que sentimos tem pouco a ver com as circunstâncias de nossa vida e tem tudo a ver com o enfoque de nossa vida. Quando o enfoque de nossa vida é o Plano de Salvação… e em Jesus Cristo e Seu evangelho, podemos sentir alegria a despeito do que está acontecendo — ou não — em nossa vida. A alegria vem Dele e por causa Dele. Ele é a fonte de toda alegria” (“Alegria e Sobrevivência Espiritual”, A Liahona, novembro 2016)
Portanto, escolham sentir alegria porque o seu Salvador, Jesus Cristo, expiou seus pecados e sentiu sua dor.
Para Ele, a Expiação foi uma escolha. Ele suplicou: “Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; porém, não seja como eu quero, mas como tu queres” (Mateus 26:39).
Naquele momento crucial, Ele submeteu Sua vontade, Seu precioso arbítrio ao Pai, para dar prosseguimento ao plano de felicidade.
Escolham sentir alegria em sua própria existência como filho de Deus. Isso não é apenas um clichê na Igreja ou em uma música da Primária.
Ser filho de Deus significa estar conectado com os céus enquanto navegamos pela mortalidade. Ser um filho de Deus significa que temos expectativas de fazer a diferença no reino do Senhor – agora mesmo.
Novamente, vocês têm que olhar além dos prazeres, decepções, conquistas mundanas ou tendências atuais para receber a revelação necessária de Deus. Não sejam enganados; vocês não são do mundo; vocês são divinos.
Meus amigos, vocês não precisam fazer isso sozinhos. O Espírito Santo, que é membro da Trindade, será seu companheiro, Ele guiará e direcionará vocês de maneira tranquila, e ainda perfeita.
Aproveitem esse conselho e sigam muito além das boas ideias e da sabedoria do mundo. Ganhem um testemunho pelas escolhas que vocês fazem de que o Espírito Santo “sabe todas as coisas” (D&C 35:19) e mostra “todas as coisas que deveis fazer” (2 Néfi 32:5).
Inerente ao arbítrio está a obediência aos mandamentos de Deus. Ao se esforçarem para ter mais serenidade e alegria – menos medo e preocupação – vocês seguirão um dos grandes temas do Livro de Mórmon, a obediência traz grandes bênçãos?
Em 2 Néfi 4:4 lemos: “Pois o Senhor Deus disse: Se guardardes meus mandamentos, prosperareis na terra; e se não guardardes meus mandamentos, sereis afastados de minha presença”.
O Senhor não faz essa promessa apenas uma vez, mas repetidas vezes – em Primeiro, Segundo, Terceiro e Quarto Néfi, em Mosias, Alma, Éter, Jarom e Helamã.
Quando o rei Benjamim aconselhou seus filhos no primeiro capítulo de Mosias, ele falou que eles tinham os “mandamentos sempre diante dos olhos” (Mosias 1:5).
Os mandamentos do Senhor não mudam. O que Ele pediu a Maria e Marta, Leí e Néfi, Ele nos pede hoje. O rei Benjamim o descreve como não ter “mais disposição para praticar o mal” (Mosias 5:2).
A décima terceira Regra de Fé apresenta uma vida cristã ao declarar: “Cremos em ser honestos, verdadeiros, castos, benevolentes, virtuosos, e em fazer o bem a todos os homens”.
O que o Senhor deixa claro é que prosperamos quando vivemos os mandamentos de Deus.
Houve um tempo em que a maioria das pessoas acreditava e entendia que seriam responsabilizadas por Deus, por viver os mandamentos. Não é mais assim.
Poucas pessoas guardam o domingo com a reverência que o Dia do Senhor merece. Muitos consideram a caridade, o puro amor de Cristo, como uma simples doação em dinheiro.
Outros não pensam ao tomar o nome de Deus em vão; muitos desperdiçam os dons que Ele lhes deu em busca de prazeres que os satisfaçam, em vez de seguir o pronunciamento do Senhor: “vim ao mundo para fazer a vontade de meu Pai” (3 Néfi 27:13).
Contudo, como discípulos de Jesus Cristo, somos diferentes e determinados. Procuramos estabelecer Sua retidão e refletir Suas bênçãos – o que inclui a paz, a felicidade e a prosperidade – que advém de amar a Deus e Seus caminhos.
Nunca deixem de levar a sério o seu compromisso com Jesus Cristo e Seus mandamentos. Reconheçam que Ele é o “autor e consumador da [sua] fé” (Hebreus 12:2).
Jesus Cristo estará com vocês ao cumprirem seus compromissos como discípulos, crentes e fieis seguidor Dele, “o Filho do Deus vivo” (D&C 68:6).
Que vocês saibam e sintam a importância das suas vidas no reino do Senhor aqui na Terra.
Que vocês tenham a sabedoria de fazer boas escolhas e guardar os mandamentos, de pensar além dos caprichos de hoje para as profundas e eternas oportunidades que os aguardam, ao escolher seguir o Filho de Deus.
Ao fazer isso, que vocês recebam as bênçãos da paz, alegria e prosperidade, mesmo em meio aos desafios desta vida mortal.
Fonte: LDS Living