Como podemos saber que errar faz parte do processo?
Semana passada, escrevi sobre um estudante de piano que está me ensinando a avaliar como e se sou consistente em meus esforços diários.
Porque o Espírito Santo me disse que eu precisava das lições que ensinar piano me trariam, eu sabia que ensinar piano me mostraria importantes características em minha vida que precisavam de atenção.
Uma lição que com certeza foi para mim, veio através de um aluno que se frustrava toda vez que cometia um erro.
Às vezes ele tem problema até para começar uma música, mesmo tendo praticado, porque ele já sabe que vai errar.
“Isso foi horrível”, ele disse depois de tocar bem, mas de perder uma nota no meio da música.
Quando o erro leva a falta de ação
Um dia ele ficou tão frustrado enquanto tocava, que pulou do piano e se jogou no chão. Ele estava perdendo a mesma nota na música durante uma série de tentativas.
Fiz uma oração naquele momento. Como eu poderia ajudá-lo a saber que errar faz parte do processo? Para mim, saber que ele percebe o erro é um sucesso. Se ele não percebesse o erro eu teria que corrigi-lo de outra maneira.
Mas reconhecer quando uma nota errada é tocada, é incrível. Para isso é preciso prática para aprender onde colocar os dedos corretamente.
Ele se recusou a aceitar os meus conselhos de professora. Me senti incomodada. Deitei ao seu lado no chão. Ele me olhou surpreso. Eu sorri, mas não falei nada. Ficamos deitados um ao lado do outro olhando para o teto.
Ele disse que a música era muito complicada e nunca iria aprender. Eu disse que seria difícil aprender, se continuássemos deitados no chão, porque nem os nossos pés alcançavam o teclado do piano. Nós demos risada.
Continuamos deitados em silêncio.
Quantas vezes eu também havia deitado no chão?
Voltei no tempo para alguns momentos em que eu “deitava no chão” porque estava com medo de errar. Eu aprendia línguas estrangeiras bem rápido, mas me recusava a falar porque tinha medo de errar.
Eu não aproveitava oportunidades porque decidi que não estava pronta e que iria falhar. Em alguns momentos tentei, falhei e alguns desastres aconteceram. Jurei não tentar aquilo novamente.
Enquanto eu estava deitada no chão, ao lado de meu jovem aluno, algumas lembranças em especial passaram pela minha cabeça.
Como eu poderia ajudá-lo a saber que errar faz parte do processo?
Eu o escutava tocar sem julgá-lo. Eu sabia que ele acertaria com um pouco mais de pratica – e que com um pouco de autoconfiança, ele conseguiria. Eu ficava surpresa em como ele se sentia frustrado.
Pelo menos, ele era honesto consigo mesmo e com seus sentimentos. Ele sabia que estava bravo com ele mesmo por perder uma nota. E ele verbalizava sua angústia ao tentar novamente e falhar.
Orei para saber como eu poderia ajudá-lo a saber que errar faz parte do processo.
Lágrimas escorreram de meus olhos. Eu sabia que precisava aprender a mesma coisa. Limpei as lágrimas e olhei para ele.
“Você está pronto para tentar de novo?” perguntei.
“Sim” ele respondeu.
“Vamos conquistar aquele ‘Fá’ juntos!”
“Beleza!” Ele riu e ficou de pé.
Ele sentou ao piano e tocou perfeitamente. Ele parecia chocado. Demos um grito de vitória e comemoramos, então pedi que tocasse de novo. E ele tocou. E errou a mesma nota. E comemoramos de novo, mas ele estava frustrado consigo mesmo novamente.
Então, eu o ensinei a tocar “Baby Shark” usando a tecla que iria ajuda-lo a usar a nota que ele estava errando. E de repente, ele começou a tocar o ‘Fá’ perfeitamente, repetidamente. E ele parecia amar aquela música de verdade.
Eu nunca havia tocado “Baby Shark” antes daquele dia, mas eu havia orado para ajudar aquele aluno incrível. As notas e o motivo entraram na minha mente de repente. E aquele menino tocou a nota que estava errando, como nunca na vida.
Errar faz parte da vida, e pode ter grandes propósitos
Errar faz parte da vida. É impossível aprender a tocar piano sem errar milhares de vezes. Para aprender uma língua estrangeira, é preciso estar disposto a cometer milhões de erros. Até mesmo os maiores atletas do mundo nunca param de cometer erros.
Dizem que “sucesso não é a falta do erro, mas é errar sem perder o entusiasmo”.
Com a invenção da lâmpada, Thomas Edison supostamente disse, “Não falhei mil vezes. A lâmpada foi uma invenção com mil passos.”
Charles F. Kettering chamou o erro de “placas de sinalização ao longo da estrada da conquista.”
Espero que cada erro que cometemos se torne uma sábia lição, que torna pedras de tropeço em trampolins.
A fé inabalável de Néfi o ajudou a seguir de erro em erro, até que ele finalmente obteve as placas de latão. Moisés tentou dez vezes antes de conseguir libertar os israelitas do Egito.
Podemos pensar – se Néfi e Moisés estavam em uma missão para o Senhor, porque o Ele não interviu e os ajudou a alcançar o sucesso na primeira tentativa?
Por que Ele permitiu que eles – e porque Ele permite que nós – tropeçassem e falhassem em suas tentativas de obter sucesso? Seguem algumas respostas para essa pergunta:
Primeira, o Senhor sabe que “todas essas coisas te servirão de experiência, e serão para o teu bem.”
Segunda, para entendermos que “se nunca [tivéssemos] o amargo, não [poderíamos] conhecer o doce”
Terceira, para provar que “a batalha é do Senhor”, e somente pela graça Dele poderemos executar a obra Dele e nos tornarmos como Ele.
Quarta, para nos ajudar a desenvolver e aprimorar os atributos de Cristo que não podem ser refinados, exceto através da oposição e “na fornalha da aflição”.
“Então, em meio a uma vida cheia de pedras de tropeço e imperfeições, todos somos gratos por segundas chances.” (Lynn G. Robbins, “Até Setenta Vezes Sete”, Conferência Geral – Abril 2018)
Sou grata pelas maneiras que o Senhor permite que saibamos que os erros são parte do processo. Cometeremos erros, isto é inevitável.
Felizmente, não cometo o erro de ter medo de tentar algo novo ou de temer me arrepender dos erros que cometo.
E, ao longo da minha jornada, espero que ao continuar assim, outras pessoas saibam que também podem errar.
Sou grata por aqueles que me ajudam a saber e acreditar nisso também. E sou grata especialmente pelos momentos em que me deito no chão e olho para o teto, quando a minha perspectiva se torna mais clara e os erros não parecem tão insuperáveis.
Fonte: LDSBlogs
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