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Importância da religião na saúde mental: um estudo científico

A fé e a participação em organizações religiosas trazem benefícios à saúde mental, segundo estudo recente do Sutherland Institute.

“Religious Contributions to Mental Health” (Contribuições Religiosas para a Saúde Mental) é o quarto volume da série Social Benefits of Religion (Benefícios Sociais da Religião). Os volumes anteriores analisaram o impacto da fé nos serviços sociais, direitos constitucionais e educação.

Hoje, praticar uma religião não é prioridade para muitos. Mesmo assim, é importante reconhecer as contribuições da fé para a vida pessoal e para as comunidades. Bill Duncan, especialista em liberdade religiosa do Sutherland Institute, falou sobre isso ao Deseret News. Ele disse:

“Estamos tentando mostrar às pessoas o que a religião pode fazer e talvez também responder a algumas preocupações que elas têm — ou possam ter — baseadas em críticas antigas de que as igrejas podem ser prejudiciais à saúde mental, fazendo com que as pessoas se sintam culpadas sem necessidade, entre outras coisas”.

religião e saúde mental

Crise de saúde mental no Brasil

Segundo a Ipsos, o relatório global World Mental Health Day 2024 mostra que a saúde mental é a principal preocupação de saúde pública no mundo. Em 31 países, 45% das pessoas indicam esse problema — um aumento de 27% em 2018.

O Brasil ocupa a nona posição entre os países que mais identificam a saúde mental como prioridade, com 54% da população reconhecendo esse desafio. 

O crescimento da preocupação foi gradual e consistente: em 2018, apenas 18% dos brasileiros citavam a saúde mental como principal problema. Já em 2021, este índice subiu para 40%, alcançando 49% em 2022, 52% em 2023 e atingindo o pico atual em 2024.

Além disso, 77% da população brasileira já reconhece a importância de cuidar da saúde mental, sinalizando um avanço na conscientização sobre o tema. O estresse é um fator central. Globalmente, 62% dos entrevistados disseram ter se sentido tão estressados que isso impactou sua vida diária, pelo menos uma vez.

A geração Z, especialmente entre as mulheres, é a mais afetada. No Brasil, 46% das mulheres dessa geração relataram impactos significativos do estresse em sua rotina, enquanto entre os homens o número é de 33%.

Em contraste, entre os baby boomers os índices são bem menores: 25% para as mulheres e 19% para os homens. Isso indica que os desafios relacionados à saúde mental têm afetado de maneira mais intensa as gerações mais jovens.

Contudo, a participação religiosa e a fé trazem, segundo o Sutherland Institute, grandes benefícios para a saúde mental. Duncan comentou que frequentar serviços de adoração e participar de atividades com outras pessoas parece ser mais efetivo do que apenas acreditar. 

Ter uma afiliação religiosa, sem participação ativa, não é tão eficaz — embora ainda traga alguma ajuda.

bispo, bispado

Conectando recursos

Segundo o estudo, os líderes religiosos muitas vezes conseguem conectar pessoas com desafios de saúde mental a recursos que podem ajudá-las. 

Os membros das congregações os procuram em busca de apoio. Eles podem observar sinais de sofrimento e ser capazes de reconhecer e responder a esse sofrimento. E o tema pode ser abordado por eles em sermões, também.

A Associação Americana de Psiquiatria constatou que 60% das pessoas com vínculo em uma comunidade religiosa disseram que recorreriam a um líder religioso caso enfrentassem dificuldades com sua saúde mental. 

Quase 7 em cada 10 disseram que, se um líder religioso recomendasse buscar ajuda profissional, elas o fariam.

Duncan comentou que pode ser preocupante se uma pessoa disser que apenas conversou com seu pastor ou com um vizinho e considerou isso ajuda suficiente — quando talvez precisasse de mais apoio.

 “Mas isso não parece ser o que está acontecendo. Parece que esses líderes religiosos, em especial, estão realmente tentando levar a sério esse esforço e, como são as pessoas a quem muitos recorrem nesses momentos, isso provavelmente indica uma oportunidade para que algo bom aconteça.”

O estudo reconhece que nem todos os líderes eclesiásticos foram treinados para lidar com questões de saúde mental, “mas ainda assim podem incentivar as pessoas a buscar recursos de saúde mental e até as conectar com ajuda profissional”.

Saúde mental e os benefícios para a comunidade

O papel da religião em melhorar ou proteger a saúde mental gera um efeito em cascata, pois as comunidades se beneficiam quando os indivíduos dentro delas têm uma saúde mental melhor. Segundo os pesquisadores do estudo, pessoas com saúde mental fortalecida podem servir como exemplos e incentivar outras a buscar ajuda.

Assim, menos desafios de saúde mental também ajudam a economia, ao reduzir a perda de produtividade, aumentar a escolaridade, contribuir para o sucesso de crianças na escola, diminuir condições crônicas de saúde, entre outros fatores.

O estudo do Sutherland Institute conclui que “o treinamento profissional sensível a questões religiosas deve ser uma prioridade”. Por fim, o estudo aponta que excluir pessoas ou instituições por suas crenças religiosas, em vez de acomodá-las, pode causar danos à sociedade.

Fonte: Deseret News

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