Tribos indígenas comprovam que Cristo pregou nas Américas
Depois de morto e ressuscitado, em reunião com seus apóstolos na Judéia, Jesus Cristo disse que antes de subir aos céus, para junto de Deus, o Pai, Ele visitaria outros povos na Terra: “Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; também me convém conduzir estas, e elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um pastor” (João 10:16). Registros antigos e histórias contadas por anciões de tribos indígenas comprovam Sua presença nas Américas.
O Livro de Mórmon, pedra angular de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, escrito por profetas antigos desde o período em que o Senhor confundiu as línguas e dispersou os homens na Torre de Babel, há mais de mil anos a.C. até 420 d.C. é o registro mais completo e detalhado da presença de Cristo nessa região do mundo.
O livro contém 15 partes ou divisões principais que, com exceção de uma (Palavras de Mórmon), são chamados livros, cada qual designado pelo nome de seu autor principal (I Néfi, II Néfi, Jacó, Enos, Jaron, Ômni, As Palavras de Mórmon, Mosias, Alma, Helamã, III Néfi, IV Néfi, Mórmon, Éter e Morôni).
Em III Néfi, encontramos o incrível relato dos seguintes tópicos: O Pai dá testemunho de seu Filho amado – Cristo aparece e proclama a sua expiação – O povo apalpa-lhe as marcas das mãos, dos pés e do lado – Eles clamam Hosana – Ele determina o modo e método de batismo – O espírito de contenda é o diabo – A doutrina de Cristo é que os homens devem arrepender-se, ser batizados e receber o Espírito Santo. Aproximadamente 34 d.C.
Até o capítulo 30 de III Néfi, o assunto é a presença e de Cristo nas Américas, suas pregações e ensinamentos ao povo: “Portanto ide para vossas casas, meditai sobre as coisas que eu disse e pedi ao Pai, em meu nome, que os possais entender; e preparai a mente para amanhã e eu virei a vós outra vez.
Mas agora vou para o Pai e vou também me manifestar às tribos perdidas de Israel, porque não estão perdidas para o Pai, pois Ele sabe para onde as levou” (III Néfi 17:3-4).
Jovens missionários de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, que servem missão em período integral por dois anos seguidos (jovens, do sexo feminino, por 1,5 ano) chegaram para pregar o Evangelho de Cristo a tribos indígenas da Amazônia e foram surpreendidos quando anciões disseram que conheciam a história do Livro de Mórmon, que relata a passagem de um Ser Divino nas Américas, testemunhado pelos seus ancestrais e passados para as gerações futuras da maneira como sempre fizeram, inclusive com seus hábitos, crenças e costumes, conversando, provavelmente ao redor de fogueiras em noites estreladas.
Sabe-se que outras tribos indígenas das américas- inclusive os índios americanos, dos Estados Unidos, que são descendentes de uma das três grandes nações que se formaram nas Américas desde muito antes do nascimento de Cristo – contam a mesma história.
O escritor James E. Talmage, membro dessa igreja à qual nos referimos, em seu livro “Regras de Fé”, escrito em 1924, relata que em sua compreensiva e acreditada obra, Lord Kingsborough se refere a um manuscrito de Las Casas, bispo espanhol de Chiapas, documento que se acha preservado no Convento de São Domingos, no México, e no qual o bispo declara que se descobriu entre os índios Yucatan se tinha conhecimento da Trindade (Deus, Jesus Cristo e o Espírito Santo).
Um dos emissários do bispo escreveu: “que havia achado um senhor principal, que inquirido sobre sua crença e religião antiga, que por aquele reino prevalecia, disse-lhe que eles conheciam e acreditavam em Deus, que estava no céu e que este Deus era Pai e Filho e Espírito Santo; e que o Pai se chamava Ycona, que havia criado os homens e todas as coisas; e o filho tinha por nome Bacob, o qual nasceu duma donzela virgem chamada Chibirias, que está no céu com Deus e que a mãe de Chibirias se chamava Ischel; e ao Espírito Santo chamavam Echuah. De Bacab (que é o filho) dizem que seus braços foram estendidos sobre um pau, ao qual eles acreditavam que não tivessem sido pregados, mas sim atados; e que ali morreu e permaneceu morto durante três dias; e que no terceiro dia ele veio à vida e subiu aos céus, onde está com o Pai; imediatamente depois Echuah veio, que é o Espírito Santo, e encheu a Terra de tudo o que precisava”.
Rosales fala de uma tradição entre os chilenos de que um Personagem Maravilhoso, cheio de graça e poder, visitou seus antepassados, operou muitos milagres entre eles e lhes ensinou sobre o Criador que vivia nos céus entre hostes glorificadas.
Prescott faz menção ao símbolo da Cruz que os companheiros de Cortez encontravam tão frequentemente entre os nativos do México e da América Central. Além desta evidência de uma crença em Cristo, os invasores presenciaram assombrados uma cerimônia que tinha certa analogia com o Sacramento da Santa Ceia. Viram que os sacerdotes astecas davam de comer aos presentes, que “o recebiam com grande reverência, humilhação e lágrimas, dizendo que comiam a carne de seu Deus”.
Os mexicanos antigos reconheciam Quetzalcoatl como um Deus. O relato tradicional de sua vida e morte é tão parecido com nossa história de Cristo que o presidente da igreja (no período de 1880 a 1887) John Taylor disse: “Não podemos chegar a outra conclusão além de que Quetzalcoatl e Cristo são a mesma pessoa”. Os mexicanos acreditam que Quetzalcoatl tomou sobre si a natureza humana, participando de todas as debilidades do homem e conheceu as aflições, dor e morte que sofreram voluntariamente para expiar os pecados do homem.
Talmage conclui sobre o assunto, no seu livro “Regras de Fé”, que: “O estudante do Livro de Mórmon desde logo percebe a fonte de conhecimento de Deus e da Trindade. As referidas escrituras nos informam que durante vários séculos antes do nascimento de Cristo os progenitores das raças nativas americanas viveram sob a luz da revelação direta que, chegando-lhes por intermédio de seus profetas autorizados, lhes indicava os propósitos de Deus a respeito da redenção do gênero humano; e, além disso, que o Redentor ressuscitado os visitou em pessoa e estabeleceu entre eles Sua igreja com todas as suas ordenanças essenciais.
Esse povo caiu num estado de degeneração espiritual; muitas de suas tradições se achavam lamentavelmente pervertidas e alteradas por haverem-se misturado com superstições e invenções humanas: entretanto, a origem de seu conhecimento é manifestadamente autêntica”.
A preocupação e o interesse de Cristo em visitar todos os seus filhos, “outras ovelhas que não são deste aprisco”, antes de voltar aos céus, só demonstra Seu grande amor por cada um de nós. Esse conhecimento por si só, deveria servir de base para o indivíduo permanecer firme no caminho da bondade, da honestidade e do amor ao próximo, para ganhar força espiritual suficiente para vencer absolutamente todo e qualquer obstáculo que surgir na longa e dura jornada da vida de cada um, com as bênçãos de Deus.
Wilson Aquino
Jornalista e Professor