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Como saber quando dar um basta em um relacionamento abusivo?

Pergunta

Sei que é uma pergunta impossível de responder. Estou casada há 25 anos e tanto meus filhos quanto eu, sofremos muitos abusos emocionais e verbais.

Apesar de meu marido ter melhorado nos últimos 5 anos em relação ao seu tratamento como nossos filhos menores, ele ainda diz coisas como, “por que você é tão estúpido”, ou “você não merece nada”, ou chama-os de “preguiçosos”.

Além disso, quando interage comigo, suas atitudes são horríveis. Há umas semanas, quando fiquei fora por uns minutos, ele bateu-lhes com um cinto com força suficiente para deixar marcas.

E ele disse-lhes para não falarem comigo sobre o que aconteceu porque sabia que eu não concordava com qualquer tipo de espancamento. Para mim, foi gota d’água, então fui embora com as crianças.

Ele está tentando me convencer a voltar. Ele está a dizer todas as coisas certas – que lamenta, que fará tudo o que for necessário. Mas já ouvi isso antes.

Como sei que o certo é me afastar?

Já passamos por este ciclo antes, e acho que não consigo passar por isso outra vez. Os meninos querem voltar para ficar com seus amigos, e ainda o amam.

Na mente deles, o que aconteceu não é o suficiente para separar a família, mas não se trata apenas deste incidente. São anos de dor, desgosto e construção de muros para proteger o meu coração.

Tentamos aconselhamento duas vezes, e ele parou de ir depois de três ou quatro sessões. Sei que cometi muitos erros e que o magoei muito, mas sinto um frio na barriga quando penso em voltar.

Então, como sei que o certo é me afastar? Devo ouvir a família dele que está convencida de que é diferente desta vez e dar-lhe mais uma oportunidade?

Li citações sobre não voltar à situações abusivas, mas meu filho, que é missionário, também me enviou citações sobre perdão e segundas chances.

Embora isto fosse muito mais do que uma segunda oportunidade. Como sei se já fiz o suficiente e dei oportunidades suficientes?

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Resposta

Não creio que seja uma pergunta impossível de responder. Você tem o direito de receber orientação para si e para os seus filhos, especialmente quando há abusos.

Mesmo que profissionais e entes queridos possam fornecer observações e compartilhar as melhores práticas para responder a abusos, você pode receber instruções personalizadas do Espírito sobre como conduzir você e sua família a um ambiente mais seguro.

O que você descreve é sério e não deve ser minimizado. Esse tipo de comportamento não é um erro isolado que pode ser corrigido com um pedido de desculpas.

O tratamento abusivo de entes queridos é conduzido por um sistema de crenças profundas que, a menos que confrontado e mudado, continuará a destruir a paz e a segurança de um lar.

A sua segurança e a dos seus filhos é prioridade máxima. Este incidente mais recente com os hematomas foi relatado às autoridades?

Você precisa proteger os seus filhos, responsabilizando-o por feri-los física e psicologicamente. Verifique com suas autoridades locais para entender suas responsabilidades em relatar este comportamento. O site oficial da Igreja afirma o seguinte:

“Crianças são auxiliadas e fortalecidas por uma disciplina apropriada e amorosa. No entanto, criticar ou ridicularizar pode abalar a confiança e os sentimentos de autoestima e bem-estar da criança. A disciplina positiva ajudará a criança a distinguir o certo do errado. A disciplina severa que causa lesões físicas é tratada como maus-tratos e deve ser relatada às autoridades legais”.

Não tolerar comportamentos abusivos de nenhum tipo

Você fez a coisa certa ao tirar os seus filhos para que ele não os possa machucar fisicamente. Agora, é hora de fazer o trabalho essencial de criar responsabilidade para que seus filhos saibam que esse comportamento não será mais tolerado.

A maioria das pessoas que estão sendo abusadas minimizam a gravidade do abuso e hesitam em obter ajuda. Muitas vezes hesitam porque acreditam que vão piorar as coisas.

No entanto, estabelecer limites e relatar o abuso não irá piorar as coisas. Irá melhorar as condições para aqueles que foram vítimas.

Comportamentos abusivos tornaram as coisas piores. Por favor, não deixe que isso faça com que você se sinta culpa por tomar medidas de proteção.

Na verdade, essa é uma das primeiras táticas que indivíduos abusivos tomam quando são responsabilizados — eles culpam a vítima por tomar medidas para se proteger. Reconheça que você só está respondendo às linhas que já foram ultrapassadas.

Isto não é um ataque ao carácter do seu marido. Claro que ele tem muitas qualidades boas e redentoras.

Tenho a certeza que há muitos momentos em que ele é bom para você e para as crianças. Ninguém é bom ou mau. Em vez disso, trata-se apenas do comportamento dele.

Ele tem se comportado de maneiras que não podem continuar se você quiser ter um ambiente saudável e seguro em seu lar.

Entender o que é um comportamento abusivo

amar quem não gosta

Criei uma lista de comportamentos abusivos e problemáticos baseados apenas no que escreveu na sua pergunta:

  • Ele agrediu fisicamente os seus filhos e deixou marcas.
  • Ele chamou-lhes nomes e atacou verbalmente os seus caráteres.
  • Ele diminuiu-os como indivíduos
  • Ele tentou impedi-los de obter ajuda.
  • Ele disse-lhes para guardarem segredos de você.
  • Ele os enganou fazendo-os acreditar que não fez nada de mal e que você estar chateada era o maior problema.
  • Ele está recrutando familiares para conversarem com você e tirar a responsabilidade dele pelos comportamentos abusivos.
  • Ele se concentrou no comportamento e nos sentimentos dele em vez de se concentrar no seu comportamento e nos seus sentimentos.
  • Ele desistiu do tratamento.
  • Ele quer que você ignore os sentimentos ameaçadores que está sentindo.
  • Ele está pedindo perdão antes de recuperar a confiança.
  • Ele está falhando na compaixão pelo impacto que teve sobre você e sobre as crianças.

Não fiz essa lista para o condenar. A fiz para ajudá-lo a perceber que um simples pedido de desculpas não vai apagar os padrões sérios que precisam ser desfeitos para que você volte a um ambiente seguro e amoroso.

As crianças também merecem responsabilidade e segurança, mesmo que não entendam o que está acontecendo com elas.

Você precisa mostrar o que é certo e o que não é em uma família. O teu trabalho é protegê-las, mesmo quando não sabem que estão sendo magoadas.

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O apoio do Salvador

Os abusos podem parecer normais para toda a família até que você tente impedi-lo. É por isso que você sente dores só de pensar em voltar a esses padrões.

Embora eu não possa dizer quando você deve desistir do casamento, posso dizer que afastar-se destes padrões inseguros e mostrar a responsabilidade dele como marido e pai é importante para a sua segurança e sanidade.

Nada mudará se esses padrões nocivos forem minimizados e ignorados. O verdadeiro amor não é permitir que alguém continue a magoar aqueles que professam amar.

Ele não só traiu você e as crianças, mas também traiu a si mesmo e seus valores mais profundos de proteger e cuidar de sua família.

Continue procurando apoio profissional para si, para que você possa saber como conduzir o importante trabalho de proteção par si mesma e para seus filhos.

Se ele continuar a culpá-la e a negar a própria responsabilidade, você precisará de apoio permanente para o ajudar a ver claramente e esclarecer suas respostas.

E, o mais importante, reconhecer que enquanto você está trabalhando através deste labirinto de decisões, você terá acesso constante ao amor e apoio do nosso Salvador. O Presidente James E. Faust ensinou:

“A pessoa ofendida deve fazer tudo a seu alcance para enfrentar suas provações, e o Salvador irá “socorrer seu povo, de acordo com suas enfermidades”. Ele nos ajudará a carregar nossos fardos. Algumas ofensas são tão dolorosas e profundas que não podem ser curadas sem a ajuda de um poder superior e a esperança de perfeita justiça e restituição na vida futura. Como o Salvador sofreu tudo o que poderíamos sentir ou vivenciar, Ele pode ajudar o fraco a tornar-se mais forte. Ele passou pessoalmente por todas as coisas. Ele compreende nossas dores e caminhará a nosso lado, mesmo em nossos momentos mais tenebrosos”.

Fonte: Meridian Magazine

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