Como as histórias de seus ancestrais podem ligar o seu coração aos deles
Existem muitas maneiras de nos conectarmos aos nossos ancestrais e suas histórias.
Quando nossos filhos eram pequenos, morávamos bem perto de seus bisavós. Então, nas tardes de domingo, íamos para a casa de Les e Stella.
As crianças brincavam enquanto Les e Stella nos contavam histórias de suas vidas. Quanto mais aprendíamos, mais nosso amor por eles crescia.
Às vezes, o vovô cantava para nós as músicas que cantava nas reuniões da comunidade desde os 4 anos de idade. Sempre que possível, nós os gravamos contando histórias e cantando canções.
O vovô trabalhava com sua inteligência, fosse na fazenda, na soldagem ou na construção. No decorrer de sua vida de casada, a vovó perdeu um bebê e uma filha adolescente. Na verdade, minha querida Nancy ocupou por muitos anos o lugar da filha que ela havia perdido.
Um dia, a vovó estava procurando fotos e encontrou uma que ela havia escondido há muito tempo, de um dia em 1922 quando ela e o vovô montaram seus cavalos nas montanhas para ir pescar.
Era sua lua de mel. Ela havia escondido as fotos porque não queria que as pessoas a vissem usando calças em vez de vestido. Amamos ver a foto daquelas duas pessoas queridas naquela ocasião tão importante.
Embora estivessem em idade de aposentadoria quando nossos filhos eram pequenos, eles nunca pararam de trabalhar. Eles estavam sempre ocupados.
O vovô isolava e protegia as casas das viúvas para o inverno. Ele construía fogões a lenha em sua loja. Ele tirava neve para os vizinhos.
Mesmo com mais de 90 anos de idade, ele vasculhava pilhas de lixo para encontrar cortadores de grama, carrinhos de compras com rodas boas e pedaços de canos e de madeira que haviam sido descartados.
Ele juntava os materiais e construía carrinhos para ajudar as “mulheres viúvas” a colocarem suas latas de lixo no meio-fio.
Sempre que dirigíamos por Vernal no dia do lixo, as ruas estavam cheias de carrinhos de mão nas casas das viúvas. Nossos filhos sentiam orgulho de seu bisavô.
Como passamos muito tempo com os avós de Nancy, aprendemos suas histórias, ouvimos suas canções, apreciamos de suas fotos e nossos corações foram ligados aos deles.
Aprender como eles viviam e as coisas que eram importantes para eles mudou a maneira como vivemos nossas vidas. Nós nos esforçamos para continuar seus legados de engenhosidade e serviço.
A maioria das pessoas não cresce perto de ancestrais queridos. Felizmente, existem outras maneiras de aprender com eles.
A seguinte experiência descreve como conheci minha avó, que morreu quando eu tinha apenas um ano de idade. Escrevi essa história para que minha família também pudesse aprender sobre ela.
Conhecendo a vovó Goddard
Um dia, quando estava separando alguns papéis do meu pai com a minha mãe, perguntei sobre a minha avó Goddard. “Ah! Como ela te amava”, minha mãe disse.
Eu fiquei sem palavras! Eu não sabia que havia tido contato com ela. Fiquei muito feliz em saber que a vovó Goddard me amava.
Ainda assim, eu queria que ela fizesse parte da minha vida. Eu queria conhecer minha avó. Eu queria ouvir sua voz e que ela mexesse em meu cabelo.
Um dia perguntei à minha tia Ruth sobre a vovó. Ela me deu uma coleção de papéis da vovó, que incluía um álbum de fotos personalizado.
A dedicatória escrita naquele álbum me ensinou muito sobre os compromissos e devoção da vovó: “Aos meus filhos, dedico meu livro com amor. Eles fazem minha vida valer a pena. Eles enchem minha vida de alegria. Eles são minhas joias, emprestadas a mim por um amoroso Pai. Por eles, eu sou forte, corajosa e verdadeira”.
O livro estava cheio de fotos de sua família e de seu testemunho do Evangelho. Era um tesouro para mim.
A coleção tinha cartas de amor do vovô para ela: “Para a mais querida esposa e mãe do mundo”. “Para Verna, cada vez mais eu te amo, Percy”. “A mais querida em todo o mundo, minha Verna”.
Ao ler sobre seu amor por sua família, conheci a vovó Verna Goddard. Ouvi sua voz falar com a minha alma.
Tive a sensação de ouvi-la sussurrar em meu ouvido enquanto me aninhava em seu ombro: “Ah, pequenino, eu te amo! Que Deus esteja com você, meu amado neto”. Jamais esquecerei essa memória.
A vovó era uma das conselheiras na presidência geral das Moças e uma oradora muito popular. Eu li suas anotações para seus discursos. Estudei os artigos que ela escreveu. Li a infinidade de notas de agradecimento enviadas a ela.
Eu ansiava por ouvir sua voz. Então, perguntei ao Pai Celestial se poderia segui-la em uma designação de orador. O Espírito sussurrou que eu poderia segui-la, se ficasse bem quieto.
Então, em minha mente, eu a segui em uma de suas atribuições de discurso. Sentei-me no corredor ao lado de fora da capela. Ouvi sua voz ao testemunhar para um grupo de Moças. “Eu conheço Deus. Ele é bom! Ame-O. Siga-O. Obedeça-O”.
Seu testemunho abençoou as moças na reunião e aqueceu minha alma. As Moças na sala estavam fascinadas. Sentei-me no corredor e chorei de alegria.
Eu ouvi e conheci minha avó Goddard. Sinto consolo ao saber que, apesar de ter passado para o outro lado do véu, seu ministério não terminou, ao contrário, foi refinado.
Agora, ela abençoa seus descendentes do outro lado do véu com sua sabedoria e amor. Amo você, vovó Verna Lisle Wright Goddard.
Valorizamos nossas conexões com Les e Stella, com a vovó Goddard e todos os nossos outros ancestrais. Nós os amamos, sentimos falta deles e queremos que sejam conhecidos por nossos filhos e netos.
Então, como passamos este tesouro adiante? Como ajudamos nossos descendentes a conhecer e amar seus ancestrais?
Nosso primeiro passo foi juntar documentos, fotografias e histórias importantes em pastas que copiamos para os membros da família. As pessoas ficavam felizes por receber um livro com a história de seus antepassados.
O problema era que era simplesmente desencorajador e às vezes difícil de se conectar. Os membros da família não sabiam por onde começar, então não começavam.
Então, descobrimos uma maneira melhor. Durante alguns anos, escrevemos pequenas histórias sobre nossos ancestrais.
Mantemos as histórias curtas o suficiente para serem interessantes. Incluímos fotos e tentamos dar vida aos nossos antepassados.
Ensinar nossa família sobre seus antepassados em forma de história fez com que esses entes queridos continuassem presentes na vida de nossos filhos e netos.
Todo Natal, dávamos cópias de novas histórias de nossos ancestrais para nossos filhos. Já entregamos cerca de 60 histórias a eles. E também as publicamos no Family Search.
Nossos netos usam as histórias em relatórios escolares e discursos na igreja. Em reuniões de família, uma das famílias de nossos filhos escolhe uma história e a encena.
O resto da família tenta adivinhar qual história eles estão contando. Nossa filha criou um jogo de perguntas e respostas usando fatos dessas histórias. Dividimos a família em equipes e jogamos o ‘Perguntas e Respostas de Nossos Ancestrais’.
Você pode reunir informações e criar histórias que unirão as gerações de sua família. Não há nada como uma história significativa para criar um vínculo duradouro. Veja um trecho de uma pequena história sobre meu avô, contada por sua filha.
As lições de um advogado e um gari
Papai costumava nos levar para a escola. Ele nos ensinava lições ao longo do caminho. Quando estávamos conversando, ele dizia: “Se você não pode dizer algo bom sobre alguém, não diga nada”.
Outra vez, enquanto papai, Mary e Ann dirigiam, eles observaram um gari trabalhando. As meninas comentaram como eram felizes por papai não ser gari e como estavam orgulhosas por ele ser um advogado.
Ele parou o carro e disse a elas que não importava o trabalho que você tinha, mas que era importante sempre fazer um bom trabalho.
Ele levou Mary e Ann, as apresentou ao gari e perguntou-lhe sobre sua família. Ele o tratou como um homem de grande dignidade e bondade. Aprendemos ótimas lições com papai sobre o respeito a todas as pessoas.
Cada família tem histórias poderosas. Você pode descobrir as histórias de seus ancestrais e usá-las para ligar o coração de seus descendentes àqueles que lhes deram vida. Conhecer essas histórias trará um sentimento de paz e propósito incríveis para suas vidas.
Fonte: Meridian Magazine