O que os pioneiros diriam se tivessem que enfrentar a pandemia da COVID-19?

Os pioneiros também sofreram dores, solidão e depressão, sentimentos que muitos estão passando durante a pandemia em que o mundo se encontra atualmente.

Angela Hallstrom, uma das escritoras de “Santos, Volume II”, o segundo livro sobre a história da Igreja publicado pela Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, sentiu uma conexão especial com uma das inspiradoras personagens deste livro: Emily Grant.

Apesar de Emily Grant não ser avó ou bisavó de Angela, suas experiências fortaleceram seu testemunho do evangelho.

“Ela passou por uma série de desafios, também foi [uma pessoa] muito forte e valente, era muito capaz de expressar o que pensava e como se sentia através das palavras escritas” disse Angela.

Emily Grant foi uma das esposas plurais do presidente Heber J. Grant. Angela comentou que foram as inúmeras cartas escritas por Emily Grant, que fizeram com que ela se sentisse ligada a ela de uma “maneira interessante”.

Os pioneiros também sofreram dores, solidão e depressão, sentimentos que muitos estão passando durante a pandemia em que o mundo se encontra atualmente.

É justamente essa perseverança e força que talvez possa inspirar os Santos dos Últimos Dias

“Imagino que eles tenham muitos conselhos para nós. Se pudesse falar com um pioneiro, eu aprenderia com as suas experiências” compartilhou Scott Hales, diretor e principal escritor do livro “Santos”.

Emily Grant foi uma entre muitos Santos que foram perseguidos por praticar o casamento plural no final do século 19. Durante um tempo, ela até disse a filhos que seu pai era o “tio Eli” para evitar perseguições e a prisão.

“Creio que idealizamos nossos antepassados pioneiros como se eles pudessem enfrentar tudo com um sorriso no rosto, sem nunca sentir raiva, sem nunca questionar o porquê das coisas, sem ter um momento de crise; mas não foi bem assim. Eles eram muito humanos”, disse Angela Hallstrom.

Scott Hales sente admiração por Elizabeth Horrocks Jackson, uma pioneira da companhia Martin.

Depois de cruzar um rio congelado durante seu caminho em direção ao oeste, Elizabeth Jackson acordou no meio da noite e percebeu que seu esposo Aaron havia falecido.

Mais adiante em sua viagem, quando ela e seus filhos estavam sem abrigo e com fome, ele apareceu para ela em uma visão e disse que para que tivesse coragem: “A liberdade está próxima”.

Ao refletir sobre as experiências de Elizabeth Jackson e de outros pioneiros, Scott Hales disse que se sentia cheio de humildade por sua “resistência e capacidade de sobrepujar as dificuldades”.

“Infelizmente, temos começado a ver o mundo de tal maneira que cremos que se somos justos e porque o Senhor nos ama, seremos livrados das dificuldades, dores e desafios”, disse Angela.

Ela continua dizendo: “Eles sabiam que a vida seria difícil, sabiam que teriam que enfrentar desafios. E quando os desafios chegaram, eles não os viram como se o Senhor não os amasse mais ou como se os tivesse abandonado”.

“Em vez de nos incomodar quando precisamos passar por coisas difíceis”, disse Hallstrom, “podemos nos refugiar no Senhor e pedir ajuda para superar [nossas provações]”.

Quando se trata de situações desafiadoras como a pandemia do COVID-19, como os pioneiros da Igreja passaram, que agora estão registradas no livro “Santos”, Scott Hales disse que o que “conforta é o fato de não estar sozinho” e, embora seus problemas não desapareçam, eles o ajudam a “se sentir compreendido e visto” por Deus.

Ele deseja que o livro e as experiências dos primeiros Santos possam trazer o mesmo conforto para os Santos de hoje em dia.

Fonte: Church News

Relacionado:

Élder Andersen: “Sairemos desta dificuldade como pessoas melhores”