Largue o celular e dê atenção para as pessoas que você ama
Com os avanços tecnológicos que vemos ocorrer nos últimos anos, somos muito gratos por tantas melhorias.
Conectamos-nos com pessoas que estão muito longe de nós. No entanto, com frequência estamos desconectados daqueles que estão perto de nós. Você já notou isso?
Cada vez usamos mais os telefones celulares. Porém, ao mesmo tempo eles estão se transformando em um dos principais obstáculos para a comunicação interpessoal.
Os celulares nos aproximam dos que estão longe, mas cada vez nos afastam mais dos que estão perto.
É uma tarefa quase impossível encontrar alguém hoje em dia sem seu telefone celular.
As pessoas o levam na mão, como um sexto dedo, ou colado ao ouvido, ou vibrando e tocando no bolso da calça. Quase ninguém quer se separar dele. É como se algo terrível pudesse acontecer se tocar e não responderem.
Todos nos sentimos rejeitados quando, no meio da conversa, alguém prefere atender o telefone em vez de ignorá-lo. A mensagem é clara: quem está longe me importa mais que você.
Se você conversa com alguém que não larga o celular, sabe que a qualquer momento poderá ser interrompido. Você vale menos que a próxima ligação, a próxima mensagem no WhatsApp, o próximo direct no Instagram…
Estar na presença de um celular significa não estar 100% nesse lugar. Você está, mas sua atenção está dividida.
É o que entenderam perfeitamente no restaurante Eva, em Los Angeles, cujos clientes ganham um desconto de 5% se não usarem o celular durante a refeição. A participação é voluntária, mas, segundo uma reportagem da CNN Business, cerca de 40 a 50% dos clientes aceitam a oferta.
Portanto, o verdadeiro luxo neste século 21 é conversar sem celulares. Não fui ao Eva nem sei se a comida e o serviço lá são bons, mas algum dia que pousar em Los Angeles irei ao restaurante como uma espécie de homenagem.
“O celular é má companhia”
“O celular é má companhia”, foi a conclusão a que chegou um estudo da Universidade de Essex, na Inglaterra, que se perguntou em que grau a simples presença de telefones celulares afeta as conversas face a face.
Em um dos experimentos, dividiram um grupo de 74 participantes em duplas. A metade das duplas conversou sem um celular à vista e a outra metade, com um celular em uma mesinha lateral.
Pediram a todos que conversassem durante dez minutos sobre um fato interessante que tivesse acontecido com eles no mês anterior.
Os resultados foram fascinantes.
As duplas que se conheceram sem a presença de um celular relataram maior proximidade e uma melhor qualidade de relação que aquelas que conversaram com um celular à vista.
O segundo experimento confirmou que as pessoas têm mais confiança e compartilham mais coisas pessoais quando não há um celular por perto.
Essa é a conclusão do estudo feito por Andrew K. Przybylski e Netta Weinstein, publicado no ano passado em The Journal of Social and Personal Relationships:
“A evidência dos dois experimentos indica que a simples presença de telefones celulares inibe o desenvolvimento da proximidade e confiança interpessoais, e reduz os níveis de empatia e compreensão das duplas”.
Isto é, a simples presença de um celular é um obstáculo para a boa comunicação entre duas pessoas! E se a isso acrescentarmos toda a carga informativa e o valor afetivo incluídos em nossos celulares – fotos, telefones, segredos, dados confidenciais, senhas, é claro que é muito difícil nos comunicarmos com alguém em pessoa sem também dar atenção ao pequeno aparelho.
A tendência mundial é uma crescente migração dos computadores e televisores para os celulares.
É verdade, não podemos ver vídeos e ler documentos com a mesma facilidade e clareza que em uma tela maior, mas isso é secundário diante da conveniência de ter quase todo o mundo na palma da mão.
Portanto, é absurdo sugerir que não usemos o celular. Não podemos mais viver sem ele. Empresas, governos e famílias dependem dos celulares. Mas sim, podemos definir novos limites. É isso que se depreende dos experimentos feitos em Essex.
Como melhorar
Podemos escolher evitar o celular durante as refeições, durante as atividades físicas e durante conversas com amigos e familiares.
Podemos optar por estar 100% no momento presente. É possível estarmos presentes literalmente e não somente nossos corpos.
Muitas vezes, as pessoas que amamos estão ficando de lado e isso não é legal. Conseguem imaginar o Salvador deixando sua querida mãe ou seus apóstolos de lado para responder um direct do Instagram ou comentar um vídeo no Facebook?
É possível utilizar a tecnologia com sabedoria e se você quer ler um pouco mais sobre o assunto clique aqui.
Quais são as mudanças que você pode fazer hoje, para largar o celular e conectar-se verdadeiramente com as pessoas que você mais ama?
Devemos olhar mais as páginas do Livro de Mórmon e menos a tela de nosso celular