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4 coisas que você provavelmente não sabe sobre a agressão verbal

Deixa a ira, e abandona o furor; não te indignes, porque isso só leva ao mal”.  – Salmos 37:8

Em um artigo da semana passada, falamos sobre o porquê não devemos gritar com nossos filhos. No artigo de hoje, gostaríamos de abordar 4 coisas que você provavelmente não sabe sobre a agressão verbal.

O dano que você causa em seus filhos quando grita e os insulta vai além do que você pode imaginar. Não destrua a vida deles, lembre-se de que você foi escolhido para ser seu anjo!

Muitas vezes, levamos na brincadeira certos tipos de palavras que usamos ao falar com os outros. Usamos linguagem vulgar e ofensiva, sem pensar ou medir as consequências. Também podemos ser vítimas de maus-tratos e abuso verbal, e minimizarmos as consequências, apenas por não termos noção do seu impacto em nossa vida e na vida de nossos filhos.

Muitas crianças que crescem com pais que abusam verbalmente delas ou de seus cônjuges têm expressado desejo de terem sido agredidas fisicamente, pois assim, suas feridas físicas já estariam curadas, em lugar de terem sido humilhadas e vitimadas verbalmente por anos (sem conseguirem alcançar a cura). Uma palavra pode tirar alguém da depressão e salvar a vida de outra pessoa; ao mesmo tempo, as palavras podem levar alguém a acabar com a própria vida.

Ninguém deveria levar uma agressão verbal na brincadeira.

Estudos psicológicos realizados a esse respeito lançam luz sobre um tema que minimizamos. A sociedade nunca quer assumir a responsabilidade pelo comportamento violento de seus membros, no entanto, permite ou vê como normal a agressão verbal que ocorre em todos os níveis da esfera social.

Cérebro - blueprint - lavagem cerebral

  1.   O dano cerebral que ocorre quando você é agredido fisicamente é o mesmo que ocorre na agressão verbal

Estudos de bioimagem, realizados por Naomi L. Eisenberger [1] revelaram que os mesmos circuitos cerebrais são afetados e envolvidos quando uma pessoa é vítima de abuso físico e verbal. Além desses estudos, há outro que foi realizado por Ethan Kross [2], que submeteu os participantes a exames de ressonância magnética.

Durante o processo, foram lhes mostradas fotos de seus ex-parceiros abusivos e pedido que pensassem nos abusos sofridos. Na sequência, foi lhes colocada uma compressa quente que lhes causou desconforto físico. Em ambos os casos, as imagens mostraram as mesmas regiões do cérebro sendo afetadas.

  1. A agressão verbal literalmente altera a estrutura do desenvolvimento cerebral

Devido à nossa capacidade de adaptação a diferentes problemas, perigos e situações da vida, o cérebro das crianças tenta se adaptar ao abuso verbal constante, fazendo mudanças em sua estrutura e desenvolvimento.

Essas mudanças prejudicam a criança pelo resto da vida. Estudos conduzidos por Martin Teicher [3] e colaboradores concluíram que o cérebro de crianças vítimas desse tipo de abuso sofre danos em três diferentes regiões: “O corpo caloso (responsável pela transferência de informação motora, sensorial e cognitivo entre os dois hemisférios cerebrais), o hipocampo (parte do sistema límbico, que regula as emoções) e o córtex frontal (regula o pensamento e a tomada de decisão)”.

  1.    Os efeitos da agressão verbal são maiores do que os efeitos da expressão do amor

Lamentavelmente, as expressões de amor e o abuso verbal, direcionados às crianças, operam de forma independente e em duas regiões diferentes do cérebro [4]. Se os pais humilharem, forem frios ou destruírem verbalmente seus filhos, todo o amor do mundo demonstrado posteriormente não será capaz de apagar o dano causado.

Abusar verbalmente e tentar compensar com carinho é como ficar o dia todo sentado atrás de uma mesa e correr por uma hora no final do dia. A corrida ajudará, mas não apagará nem minimizará a falta de atividade física durante as 8 horas sentadas. O estudo também fala desses pais e mães que são afetivos, comunicativos e atenciosos por um tempo e, de uma hora para outra, transformam-se em ogros. Esse vaivém prejudica muito a criança e a parte do abuso é a que se fixa mais. Essas crianças desenvolvem comportamentos de dependência e pânico ao abandono quando crescem.

  1.   O abuso verbal é internalizado

O abuso verbal vindo dos pais nunca desaparece. Pelo contrário, torna-se parte da existência de suas vítimas. Depressão, ansiedade, pensamentos suicidas, autodestruição e autocrítica são apenas algumas das consequências que seus filhos sofrerão. A Sociedade Acadêmica de Pediatria [5] definiu o abuso infantil psicológico há 14 anos: “O abuso psicológico de crianças ocorre quando uma pessoa sugere que o menino ou a menina não tem valor, tem falhas, não é amado, está em perigo, ou serve apenas para atender as necessidades dos outros”. O abuso verbal é algo real! Não se engane, justificando-se ao humilhar alguém inofensivo que depende de você.

 Referências

[1] https://www.psych.ucla.edu/faculty/page/neisenbe

[2] http://selfcontrol.psych.lsa.umich.edu/

[3] https://www.mcleanhospital.org/biography/martin-teicher

[4]https://www.psychologytoday.com/intl/blog/tech-support/201602/5-things-everyone-must-understand-about-verbal-abuse

[5] https://2020.pas-meeting.org/

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