2 exemplos do Livro de Mórmon de como tratar refugiados e estrangeiros
Em minha leitura do Livro de Mórmon me deparei com dois exemplos de como os seguidores de Cristo devem tratar estrangeiros e refugiados. Eu não tinha prestado atenção nesta parte dessa forma. Em um dia de crise de refugiados achei maravilhoso ver como o antigo povo nefita tratou pessoas expulsas de suas terras.
Alma e seus companheiros tiveram sucesso em pregar e reconduzir os pobres zoramitas a verdade. Mas os ricos e orgulhosos zoramitas ficaram irritados, pois a pregação de Alma “destruía suas artimanhas” (Alma 35:3). Após terem certeza de quem acreditara no evangelho de Cristo, os zoramitas orgulhosos “desterraram os que eram a favor das palavras que haviam sido proferidas por Alma e seus irmãos; e eram muitos; e também foram para a terra de Jérson” (Alma 35:6).
Ocorre que Jérson já era uma terra de refugiados e estrangeiros. O povo anti-néfi-leíta haviam abandonado seu nome e terra. Antes lamanitas rebeldes, agora, conversos fieis a Deus, que preferiam morrer a pegar em armas.
Sete cidades lamanitas haviam se convertido e migrado para Jérson. Imagino um grande acampamento com muitas pessoas amontadas, mas também com construções a todo vapor e uma vida dinâmica. O enorme fluxo de pessoas apenas alguns anos atrás deve ter sobrecarregado tanto o povo de Néfi quando o povo imigrante. Mas eles se sentiam gratos, mesmo com todos os desafios de um novo lar, pois haviam encontrado seu Redentor. Tal como haviam sido bem recebidos pelos nefitas, o povo anti-néfi-leíta, também chamados de amonitas, estavam prontos para serem hospitaleiros com todos.
As escrituras mostram que eles receberam os pobres zoramitas no verdadeiro espírito cristão:
Ora, os zoramitas indignaram-se com o povo de Amon que estava em Jérson. E sendo o chefe principal dos zoramitas um homem muito iníquo, enviou mensageiros ao povo de Amon, desejando que expulsassem de sua terra todos aqueles que haviam ido para lá.
E proferiu muitas ameaças contra eles. O povo de Amon, porém, não teve medo de suas palavras; portanto, não os expulsou, mas recebeu todos os zoramitas pobres que foram ter com eles; e alimentou-os e vestiu-os e deu-lhes também terras para sua herança; e auxiliava-os de acordo com suas necessidades.
Os breves versículos se lidos apressadamente podem nos impedir de refletir o exemplo de viver cristão. O risco por receberem aqueles refugiados pobres era grande. De fato foi “isso” que “incitou os zoramitas à ira contra o povo de Amon; e começaram a misturar-se com os lamanitas e também a incitá-los contra eles.”
E assim os zoramitas e os lamanitas começaram a preparar-se para a guerra contra o povo de Amon e também contra os nefitas. (Alma 35:11)
A guerra começou apenas algum tempo depois, fazendo com que os amonitas tivessem que partir novamente:
E o povo de Amon partiu da terra de Jérson e dirigiu-se à terra de Meleque e deu lugar, na terra de Jérson, aos exércitos dos nefitas, para que pudessem lutar com os exércitos dos lamanitas e os exércitos dos zoramitas; e assim, no décimo oitavo ano do governo dos juízes, iniciou-se uma guerra entre lamanitas e nefitas (Alma 35:13)
A despeito dos terríveis eventos trazidos pela guerra, o exemplo de cordialidade, hospitalidade e mansidão tanto dos nefitas quanto dos amonitas é uma referência para nós. Sem medo de perdermos oportunidades, recursos ou espaço – devemos estender a mão e fazer bem-vindos todos no verdadeiro espírito cristão. Assim nos ensina o Livro de Mórmon e as demais escrituras.
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